sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Rodamundo

Sinto-me nuvem, frente ao espelho, vagando pelo ar espesso, quebrando os raios solares, lutando contra o vendaval, subindo e caindo, dançando e me dispersando, enquanto toda aquela vida lá embaixo acontece, todas aquelas pessoas enlouquecem, todas aquelas árvores são cortadas, todos aqueles oceanos lindos, tudo aquilo desaparece, e eu aqui, vou e volto, sem nunca chegar.

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Festival do Rio 2006

Tá chegando!

Vai rolar do dia 21 de setembro a 5 de outubro, então quem estiver em terras cariocas nessa época, não perca esta chance. ;)

Mais informações prévias ao festival aqui.

Entrevista com Chiquinho Moreira (Mombojó) - por China

Chiquinho Moreira, 23, é tecladista do Mombojó, banda que vem num crescente dentro do cenário musical brasileiro. Nessa entrevista ele conta um pouco dos planos da banda, mostra sua visão sobre a liberação de músicas na internet e diz que detesta polêmicas.

*Esta entrevista foi concebida via msn.

China: Por que você acha que nenhuma banda de Recife estourou depois do Mombojó? O mercado é assim mesmo, cheio de hiatos?

Chiquinho Moreira: Acho que essas coisas tem alguns fatores, muitos dos quais dois são fundamentais: Primeiro, um pouco de sorte, no sentido de tá nos lugares certos e nas horas certas. Segundo, um pouco de talento misturado com uma boa idéia. Se possível, se esforçar pra tentar ser original.

C: Você acha que tá faltando originalidade em Recife?

C.M: As vezes sim, ou quem sabe as vezes tem originalidade até demais. Hehehe...mas acho que Recife ainda é sim um celeiro de criatividade e ainda tem muito pano pra manga aqui.

C: E essa comparação ao Los Hermanos, incomoda?

C.M: Não. Comparações são perfeitamente normais, principalmente quando se está no início de alguma coisa. Eu particularmente gosto do Los Hermanos, mas acho que sou uma minoria dentro do mombojó.

C: Tu acha que as coisas tão acontecendo no tempo certo pra vocês, ou o processo tá adiantado?

C.M: Acho que hoje em dia as coisas acontecem mais rápido pra nossa geração.
A nossa média de idade é de 23 anos. Acho que o povo do Mundo Livre ou do CSNZ quando tinham essa idade, estavam numa situaçãoo bem diferente. Estavam no máximo gravando seus primeiros discos num esquema totalmente novo pra época. A gente já vem no segundo disco, com reconhecimento nacional, e isso se deve ao primeiro passo que foi dado lá no início do movimento mangue.
Quero dizer que hoje em dia se tem muito mais facilidades. Eu acho que esse reconhecimento só tem nos dado mais segurança do que a gente realmente gosta de fazer e no que a gente acredita.

C: Com tanto reconhecimento, como fica o ego? É difícil segurar a parada. Já vi vários casos de gente se fuder por não segurar o ego.

C.M: Foi-se o tempo que artista se dava ao luxo de inflar o ego. Hoje em dia não sobra muito espaço pra esse tipo de coisa. Tem que tá em sintonia com tudo, se não vai ficando pra traz e as portas deixam de se abrir.

C: Tu acredita que Recife pode se tornar um lugar legal pra trabalhar com música?

C.M: Acho que sim. E comparar Recife com 10 anos atrás você já nota uma evolução muito boa, mas, São Paulo tem uns pontos que estão bem a frente tanto de Recife, quanto do resto do país. Até pelo fato de ter mais gente circulando por lá. Lá tem um giro econômico maior, além de ser mais perto de todos os outros lugares do país. é mais fácil sair de São Paulo pra qualquer outro canto. Inclusive pra Recife.

C: Vocês pretendem morar lá?

C.M: Sim, mas não como um castigo. Mas porque existe uma demanda grande de shows lá, e que tem feito a gente se imaginar passando um tempo maior. Muitas vezes a gente tem que negar uns shows bons só porque a gente ta aqui em Recife. Tem muito festival que não tem condições de bancar passagens pra banda toda mais produção, aí a gente tem que se organizar todo pra fazer o maior número de shows de uma vez só, e isso é um pouco difícil às vezes.


C: Quando tu resolveu que seria músico, Chiquinho?

C.M: Sempre tive muito gosto pela música. Cresci num meio familiar que sempre pregou que os estudos eram o caminho, mas lógico, nunca recriminaram qualquer coisa. Mas sempre tive um pouco de receio de viver como músico, financeiramente falando. Entrei na universidade e com o tempo fui vendo como eu não combinava com aquele mundo acadêmico.

C: Seu pai não disse que música era coisa de maconheiro, não?

C.M: Não, apesar de todos saberem que tem um pouco disso. Acho que a nóia dele era eu conseguir me sustentar e ser feliz com isso. Então quando a gente gravou o Nadadenovo e começamos a viajar notei que era daquela forma que eu queria arriscar a ganhar a vida.
Também acho muito difícil que minha fosse melhor se eu tivesse continuado a estudar psicologia na ufpe. A vida de um psicólogo não é nada fácil também. Talvez até mais difícil que a do músico. E talvez tenha sido por isso que meu pai relaxou.

C: O ruim de ser músico é que o cara nunca tá no mesmo lugar, tá sempre viajando.

C.M: Esse pode ser o lado ruim, mas também é um lado muito bom

C: Já se ligasse numa coisa que acontece com o Mombojó? Tem gente que ama e gente que odeia, não tem meio termo. O que tu acha disso?

C.M: Não sei. Acho que as coisas são assim: Tem coisa que é ruim, e tem coisa que é boa. Mas tem coisa que é ruim e você gosta, como também tem coisa que é muito boa, mas você não gosta.

C: Será que a música de vocês é para poucos?

C.M: Bem, se for, lhe garanto que essa não é a nossa intenção. A gente não veio aqui pra escolher publico, muito pelo contrario.

C: E esse lance de liberar tudo na internet, porque tem tanta banda com medo de fazer isso? O engraçado é que vocês provaram que é a melhor coisa para uma banda ainda pouco conhecida.

C.M: Nem sei se é a melhor coisa. Acho muito difícil que o Mombojó fique famoso por ser a banda que vendeu milhões de discos, mas pelo menos não seremos mais uma banda que tentou jogar contra. O mercado ta numa fase muito louca, não se sabe como as gravadoras vão ganhar dinheiro daqui pra frente. Já fui em muito debate sobre isso, e ninguém tem essas respostas ainda. Mas já ficou muito claro que a internet não tem mais volta. Agora é usar isso oficialmente a nosso favor.

C: Tu num acha que o Mombojó iria vender mais discos e fazer mais shows se tivesse seguido independente, assim como o Cordel do fogo encantado? O que mudou na estrutura da banda com a entrada para a Trama?

C.M: Ser independente pode dar tanto trabalho como ser de uma gravadora. Foi-se o tempo das regalias que se tinha quando se entrava pra uma gravadora. A gente tem uma relação quase que de parceria com a Trama. As coisas hoje em dia tem que ser muito mais pé no chão do que antigamente, penso eu. A Trama nos dá uma estrutura que jamais a gente teria se tivesse sozinho. Temos uma acessoria de imprensa bem eficaz, por exemplo. Isso já ajuda um bocado. Ser independente tem suas vantagens, mas a gente optou por conhecer de perto como funciona essa relação com uma gravadora, até pra aprender mesmo. Nós somos todos muito novos e a época de aprender as coisas é agora mesmo.


C: Como tu acha que a Trama vai ganhar dinheiro com vocês, já que o disco novo foi liberado na internet.?

C.M: As gravadoras ainda vendem disco. Não como antigamente, mas vendem. Vendem DVD também e outras coisas. Não sei exatamente o que se passa na cabeça deles, mas eu vejo que a Trama pelo menos, tem uma preocupação com seu futuro, e estão sintonizados aos novos formatos de divulgação de música. O Trama virtual é um bom exemplo disso. Acho que hoje em dia não se vende mais ou menos se a música estiver na internet, mas é aquilo que eu lhe disse: No futuro eu não sei como eles vão ganhar dinheiro, e ninguém sabe. Cada vez mais o cd, digo o material físico, tá perdendo o seu valor.

C: Deu trabalho pra liberar o disco na rede? A gravadora complicou muito?

C.M: De início sim, mas eles mesmos sacaram que seria muito louco ser contra isso. Principalmente com relação ao Mombojó.

C: E por que você acha que a Nação Zumbi não faz o mesmo? Já que eles são artistas da Trama também?

C.M: Eu pergunto o mesmo pra eles.
Não sei se é o caso da Nação Zumbi, mas eu sei de gente que é totalmente contra esse lance da musica livre, da cultura livre, da generosidade intelectual. Tem gente que acredita na magia da música que está ali no momento e tal, e que não deve ser mexida...enfim, não é o nosso caso. E como diria o filósofo chinês: Ema, ema, ema...cada um com seus problemas.

C: Me diz 3 bandas daqui que tu detesta...

C.M: Nirvana.

C.M: Daqui. Nirvana não vale. Mas por falar em Nirvana...é engraçado vocês não gostarem das bandas que são como um marco na música. Por que isso?

C.M: Vocês não. Não sei do resto, mas eu não gosto.
Não é tudo, mas tem umas coisas que todo mundo curtiu, mas que eu passei batido, tipo Nirvana, Ramones, Pink Floid. Acho que era porque meu irmão mais velho não gostava.

C: Me diz três bandas daqui que tu acha muito ruim.

C.M: Tem que ser de Recife é?

C: Tem.

C.M: Pera aê. Detestar tem que pensar. Não gostar é uma coisa, mas detestar é maior.

C: Exatamente

C.M: Tô pensando...

(10 Minutos depois)

C.M: Prefiro não citar nenhuma. Na verdade, essas coisas só fazem gerar merda.
Polêmica de cú é rola. Gosto de publicar nada falando mal dos outros, não.
Deixa quieto!


Site do Mombojó aqui. Mombojó no orkut aqui. Chiquinho Moreira no orkut aqui.

Baixe todas as músicas do Mombojó gratuitamente aqui!


Fonte: Comunidade Que conversa é essa?! do China em 13.9.2006.

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Outro show

Elza Soares é surpreendente, absoluta, fantástica, divertida, com uma voz presenteada por Deus (ou qualquer coisa que crie o todo) que ecoa longe e faz bem aos ouvidos e principalmente aos pés. ;)

Fui no show do Chico

E só o que tenho a dizer no momento é:

APLAUSOS!!! :D


Depois do próximo eu destrincho o veredito final.