quarta-feira, 16 de agosto de 2006

As máximas da FLIP

Interrompemos o fluxo das sentimentações agendadas, para que brote a visita de um afeto… Escrever é um combate para encontrar lugar no acolhimento. O acolhimento acontece quando o abismo recebe cidadania… Eu habito sempre entre o abismo e o clamor.

(Juliano Garcia Pessanha, autor de "Ignorância do sempre", na mesa que abriu a Flip, quinta-feira.)

Nó, mas o ser humano é miserável demais, gente!

(Adélia Prado, hoje de manhã, traduzindo sua descrença na espécie.)

Eu não quero ter razão, eu quero ser feliz.

(Ferreira Gullar, ontem, irritando seu companheiro de mesa Mourid Barghouti.)

O que eu posso dizer para você? Existe uma coisa chamada ironia.

(Tariq Ali, em sua palestra de sexta-feira, quando alguém da platéia o acusou de ser homofóbico e anti-semita por ter citado um trecho de Proust em que o sionismo é criticado à luz da história de Sodoma e Gomorra.)

Aplaudam, seus f.d.p.! É Lilian Ross que está ali!

(Christopher Hitchens, aos berros na primeira fila da platéia da jornalista da "New Yorker", exigindo que o público a reverenciasse no exato momento em que ela entrava no palco.)

O cloridrato de fluoxetina me fez uma pessoa equilibrada e agradável.

(Lourenço Mutarelli, na mesa que dividiu sábado com Reinaldo Moraes e André Sant'Anna.)

Não penso em meus personagens como pessoas reais. Perguntar se eu sinto saudade deles depois de terminar um livro é como perguntar se eu vou sentir saudade desse microfone quando a palestra terminar.

(Jonathan Safran Foer, na mesa que dividiu com Ali Smith.)

Fonte: Sérgio Rodrigues no blog Todoprosa do NoMínimo