quarta-feira, 21 de junho de 2006

A minha alma gêmea

Porque Ana C. é só o que existe no abismo de nós dois.

Tantos poemas que perdi
Tantos que ouvi, de graça,
pelo telefone - taí,
eu fiz tudo para você gostar,
(...)
talvez
querendo a glória, a outra
cena à luz de spots,
talvez apenas teu carinho,
mas tantas, tantas fiz...



Tudo que eu nunca te disse, dentro destas margens.
(...)
As cartas, quando chegavam, certos silêncios nunca mais.



Um cisco no olho, um pequeno cisco; na volta continuo a tirar os cartões da mala, e quem sabe, quando o momento for propício, conto o resto daquela história verdadeira, mas antes de sair tiro a luva, deixo aqui no espaldar desta cadeira.



Assinei meu nome tantas vezes e agora viro manchete de jornal. (...) Desço no meu salto, dói a culpa intrusa: ter roubado teu direito de sofrer. Roubei tua surdina, me joguei ao mar, estou fazendo água. Dá o bote.



Estalam as tábuas do chão, o piso rompe, e todo sinal é uma profecia.
Ou um acaso de que se escapa incólume, a cada minuto.
Este é meu testemunho.



A única coisa que me interessa no momento
é a lenta cumplicidade da correspôndencia.



Não sou dama nem mulher moderna. Nem te conheço.