quinta-feira, 20 de julho de 2006

Cláudio N.

Claudio N, tem 24 anos, músico, e um dos idealizadores do Chambaril, projeto em parceria com Pierre Leite. O Chambaril chamou a atenção da mídia no ano passado, quando lançou o seu primeiro CD pelo selo Coquetel Molotov.
Claucio N. nos fala um pouco dos caminhos que o Chambaril pretende seguir daqui por diante.

*Esta entrevista foi concebida via msn.

China: Por que você e pierre montaram o chambaril, se não fazem shows? A ideia do projeto é essa?

Cláudio N: A gente mudou o formato de apresentação ao vivo, vamos tentar a nova formação nesse dia 23/06, no araiáda tomazina (Recife antigo).

C: E como vai ser agora?

C.N: Eu no baixo, Pierre nos synths, Cristiano Lengruber(negroove) na bateria, Carlos Cabeça(profiterolis) na guitarra e Vini(astronautas) na guitarra. Vamos tocar os samplers com instrumentos mais orgânicos. Não vamos mais usar laptop. Vai ser uma vibe mais banda.

C: Nem samplers?

C.N: Samplers só para as vozes...e uma textura aqui e acolá, algo que nossos instrumentos não consiam fazer. Por sinal a gente podia marcar uma tocada no Estereoclipe, mago...

C: Claro, quando quiser.
O disco de estréia foi bastante elogiado, e agora vocês mudam completamente de formato. Não entendo.

C.N: Pois é, nossos próximos discos serão diferentes. Eu vou continuar fazendo música daquele jeito do primeiro disco do Chambaril, mas aí eu vou usar outro nome.

C: Tu ou a banda?

C.N: Eu sozinho.

C: Ah, você tá falando de outro projeto, neh isso?

C.N: Isso! Tipo, o Chambaril vai mudar de som mesmo, apesar de estarmos tocando o disco o mais fiel possível. As músicas novas de estúdio tão mais marotas e "progressivas"...

C: Só posso dizer que vcs são muito loucos...hahahahahaha.
Por que essa mudança? Era difícil executar ao vivo? Você tem noção de que foram bem falados no disco de estréia, né? Era algo novo e tal.

C.N: Mudamos porque não gostamos do resultado dos poucos shows que fizemos como duo ou trio. Faltava algo impactante. Se fossemos um duo com um telão, com vj, poderia ser mais bacana, mas como é muito difícil essa infra, optamos por humanizar mais a parada.

C: Então o Chambaril nunca mais será o mesmo? vai virar outra coisa?

C.N: Vai ser o mesmo, só que plus.v 2.0. Mas repito: Aquele esquema de samplear vinil e montar um novo contexto, eu vou continuar fazendo, afinal é meio terapeutico pra mim, mas pode ser lançado ou não pelo nome de Chambaril.

C: Você falando assim, parece que o disco eh mais seu do que de Pierre.

C.N: Talvez seja, mas a parcela de Pierre é importantíssima, senão eu continuaria fazendo música no meu quarto no mesmo grau de tosqueira de anos atrás.

C: Tu acha legal a cena eletrônica de Recife?

C.N: Eu conheço pouca coisa daqui,cara. Gosto de dj dolores, re:combo, drogaria & bazar, media sana...queria conhecer o originais do sample. Diversitronica é bacana tambem!

C: Engraçado você falar que gosta de Dolores...todo mundo diz que ele eh dj de preset.

C.N: Bem, ele é um cara legal comigo, e no show dele geralmente eu tô bem na fita...não tenho muito o que reclamar.

C: Como assim bem na fita?

C.N: Bem acompanhado, ou desacompanhado demais. Heheheehehehe.

C: Acho que a cena eletrônica de Recife ainda engatinha.

C.N: É...quem tem os recursos tecnológicos são os boys com seu gosto musical duvidoso.

C: Foi bacana ter lançado pelo selo Coquetel Molotov o disco do Chambaril?

C.N: Sim! Eu nao teria dinheiro pra lançar aquilo. Foi bem divulgado o trabalho. Apesar do atraso da nova tiragem, tá sendo bom trabalhar com eles. Se tudo der certo no começo de Julho tá saindo a nova tiragem do Chambaril com capa nova e duas músicas novas de bônus.

C: O próximo disco de vcs vai sair por lá?

C.N: Não sabemos, mas não tardará a sair.

C: Tu gosta da música que se faz em Recife? Sempre que eu te encontro acho que tu acha tudo uma bosta.

C.N: Qualé China? Não é por aí, não.

C: A minha função aqui é agulhar...hehehehehe.

C.N: Eu gosto de nação zumbi, eddie, mombojó, teu show eu gostei, barbis eu gosto...acho a academia da berlinda a maior diversão! Eu não gosto daquelas bandas que tocam no burburinho...covers de rock velho.

C: Tu acha que um dia a gente vai ganhar dinheiro com música aqui em Recife?

C.N: Rapaz...morando em recife sim, mas não com a grana vinda daqui, sacas? A não ser que você seja aquele cara vaselina que sempre consiga um projeto de lei de incentivo...o que o Chambail ainda não tentou, por sinal.

C: Acho essa lei de incentivo uma bosta. Fica todo mundo esperando por isso e não se movimenta pra outra coisa.

C.N: Pois é. É aquele mesmo esquema de esperar o Abril pro Rock pra sair do gueto...só que em proporções mais burocráticas.

C: Falando em Abril pro Rock...você acha que o Chambaril poderia ter tocado esse ano?

C.N: Não! Podia ser queimação. Tudo tem sua hora, já diria algum pinguço. Ano que vem acho que rola.
Vamo ganhar dinheiro junto, Paulo André!


Site do Coquetel Molotov aqui.

Fonte: Comunidade Que conversa é essa?! do China em 19.6.2006.